Experiencing Labour and Homosexuality in a Small City: For an Oral History of Gay Otherness in Small-City Brazil <br/> Cidade, trabalho e homossexualidade vividos: por uma história oral da alteridade gayem pequenas cidades no Brasil

Abstract

This article analyzes the life story of a young fringe worker, in two different moments: 2007 and 2009. The young man is from the small city of Assis Chateaubriand, in Parana State, Brazil. The key issue in the interview, which underlies all of it, is that the interviewee publically admits his homosexuality and discusses it in interstitial terms, which is highly suggestive to the oral historian in terms of the following aspects: a) the alternative directions taken by oral history and its interpretations of the social experiences formed at the border between public life and everyday undercover homosexuality; b) the outlook on work and life in a small city as seen through the eyes of the gay experience in a changing world at both local and national levels; c) the conscious force of the individual narrative with regard to the dynamics of moral conflicts experienced and reconstituted by gay otherness d) the homosexual experience in the everyday life of small cities, without the protection of anonymity and privileged spaces of sociability often found in larger urban centers. Este artigo toma para análise o relato de história de vida de um jovem trabalhador frigorífico, produzido em dois momentos (2007 e 2009), da pequena cidade de Assis Chateaubriand, no estado do Paraná, Brasil, de orientação homossexual assumida publicamente, para discutir em termos intersticiais e mais amplos: a) o sentido alternativo da história oral na tessitura de intepretações históricas sobre experiências sociais constituídas na fronteira entre a vida pública e a clandestinidade homossexual cotidiana; b) tramas do vivido no trabalho e na cidade narradas pela experiência gay num mundo de transformações, tanto no plano local, como nacional; c) a força consciente da narração individual para pensar dinâmicas dos conflitos de valores vividos e reconstituídos pela alteridade gay; d) a experiência homossexual na vida ordinária de pequenas cidades, sem a proteção do anonimato e de espaços privilegiados de sociabilidade encontrados muitas vezes nos grandes centros urbanos; e) pensar a existência do sujeito homossexual em relações e ambiências sociais, não tão somente com portadores de desejos, que o aprisiona analiticamente ao universo do individual, aos mas também como trabalhador e citadino em suas lutas para viver material e socialmente.